domingo, 14 de novembro de 2010

Reformas em Cuba atraem brasileiros

Roberto Simon - O Estado de S.Paulo
Cubanos que forem às lojas estatais de Havana comprar sandálias Havaianas não encontrarão mais os calçados empilhados em prateleiras padronizadas, como há dois meses. Agora, "las legítimas" estão penduradas num display, colorido e modernoso, da marca. A mudança seria banal em qualquer lugar do mundo. Mas na ilha socialista não é, dizem empresários brasileiros de olho na iminente mudança estrutural da economia cubana.
Enrique De La Osa-24/2/2010
Enrique De La Osa-24/2/2010
Em quatro meses, o presidente Raúl Castro liberalizou 178 atividades de trabalho, anunciou o corte de 500 mil cargos públicos (um décimo do total), e prometeu apoiar pequenas empresas e reformar o sistema tributário. Externamente, há um encontro de interesses: tanto Raúl quer atrair negócios quanto empresários querem acesso ao promissor, mas ainda inóspito, mercado cubano. O Brasil entraria aí.
"Os cubanos estão ficando mais agressivos e o Brasil quer responder a essa demanda", afirma Maurício Borges, diretor da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), do governo federal.
Além da mudança na apresentação em lojas, as Havaianas ganharam a bênção de Raúl para veicular dois spots publicitários em uma rádio. A entrega de brindes também foi liberada.
"Não há preconceito ideológico. Cuba tem uma demanda altíssima e é promissora para qualquer firma séria do Brasil", diz Jorge Miranda, da Rolldey, companhia catarinense que acaba de fechar um contrato de US$ 5 milhões para fornecer painéis de madeira a empresas cubanas (estatais, claro) de construção civil.
A Apex levou 27 empresas brasileiras para um evento em Havana, na semana passada, esperando que a viagem rendesse US$ 29 milhões em negócios. Ao final, deu US$ 48 milhões. O Brasil é o oitavo fornecedor de bens e serviços a Cuba e Borges diz que o País subirá rapidamente na lista em um futuro próximo.
Para o embaixador do Brasil em Havana, José Felício, empresários brasileiros estão se beneficiando da "avenida política aberta pelo governo". O presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve três vezes em Havana - a última delas, marcada pela comparação que fez entre presos de consciência da ilha a criminosos comuns brasileiros - e o Itamaraty quer que o Brasil tenha um papel decisivo em uma eventual abertura econômica de Cuba.
Em setembro, o chanceler Celso Amorim foi a Havana entregar uma carta a Raúl, na qual Lula oferecia apoio para desenvolver o "empreendedorismo". Na semana passada, uma missão a Cuba de vários ministérios - Casa Civil, Saúde, Ciência e Tecnologia, Comunicações e outros - deu continuidade à iniciativa.
O Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), que abriu em 2008 uma linha de crédito especial de US$ 150 milhões para Cuba, promete novas ações "em breve" para impulsionar negócios brasileiros na ilha. 


Dilma sensata

Sinal de sensatez

da coluna et cetera do parana-online
A semana política começa com novas notícias de que a presidente eleita, Dilma Rousseff, manterá Guido Mantega no Ministério da Fazenda. A petista sinaliza que apóia a continuidade da política econômica de metas de inflação e câmbio flutuante. Trata-se de um acerto pleno - e esperado. Por mais que houvesse a hipótese de uma troca na pasta por alguém de seu círculo mais íntimo, a futura chefe da Nação preferiu a segurança de um jogador que dá resultados. Uma alteração nos rumos da economia poderia ser um perigo, inclusive para sua popularidade. Um interlocutor próximo do poder, cujos vínculos com o PDT gaúcho explicam a amizade com Dilma, diz que ela “mudará não mudando”, em ajustes “pontuais e sem traumas”. A sensatez da presidente merece elogios. O sucesso da estabilidade econômica e o enfrentamento à crise com o incentivo ao consumo interno deram a Luiz Inácio Lula da Silva uma aprovação popular recorde. Reinventar a roda não seria uma boa medida.

Troca


O jornal O Estado de S. Paulo assevera, porém, que a manutenção de Mantega não garantirá a permanência de um de seus principais auxiliares, o titular da Receita Federal. “Desgastado com a quebra de sigilo fiscal de familiares do ex-governador José Serra e do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge Caldas, Otacílio Cartaxo não deve ser mantido”, diz a reportagem. Dilma age cirurgicamente.

Inútil


A semana que se encerra produziu uma pérola no Senado. A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) aprovou a chamada “PEC da Felicidade”. Seria risível se não fosse lamentável. O texto da proposta de emenda constitucional, cuja autoria é do senador Cristovam Buarque (PDT-DF), inclui a “busca da felicidade” entre os direitos fundamentais do cidadão. A Carta Magna seria emendada em seu artigo 6º, que passaria a ser o seguinte: “São direitos sociais, essenciais à busca da felicidade, a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados”.

Óbvio que...

Trata-se do retrato da ineficácia. Qualquer alteração no texto da Constituição de 1988 - uma lei já rica em garantias e direitos individuais e coletivos - só se justificaria se acrescentasse algo concreto e verdadeiramente relevante. A felicidade geral, no mínimo, está subentendida no texto atual. Em um país com tantas e graves distorções, discutir essa mudança legislativa soa um despropósito.

Estranho

O que surpreende nessa história é justamente a “paternidade” da PEC. A medida não combina com a postura sempre correta de Cristovam Buarque. Com todo o respeito que o parlamentar merece, ele “viajou na maionese”, como dizem os mais jovens.

Trâmite

Vale sublinhar que ainda há muito chão pela frente até a proposta ser definitivamente aprovada. Primeiro, terá que ir ao plenário do Senado, onde precisará de 3/5 dos votos, em dois turnos. Após isso, deverá respeitar o mesmo rito no plenário da Câmara Federal. Apesar de ser algo insosso, é muito possível que a matéria passe. E prospere.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Dicas para ganhar na Lotofácil


Quer uma forma fácil de ganhar na Loteria? Já vou dizendo que esta fórmula ou forma não existe, mas existem meios de aumentar suas chances. Encontrei vários métodos, muitos grátis e outros à venda no Mercado Livre, porém, uma em especial me chamou a atenção pela grande facilidade de ter cartelas premiadas.
Joguei algumas vezes, e posso dizer que na maioria das tentativas, recuperei o valor gasto no jogo e algumas vezes ganhei um pouco mais, não é nenhuma fórmula milagrosa, mas aumenta bastante suas chances de ganhar um bom prêmio gastando muito pouco.
Não sei quem é o autor da fórmula, então peço ajuda sua para colocar os devidos créditos caso saiba, basta comentar. O valor gasto será de apenas R$ 11,00, ou seja, vamos jogar apenas 11 cartelas na Lotofácil.
Para começar, você precisa saber o resultado dos 10 últimos sorteios (consulte no site da CAIXA):
1º – Anote as 9 dezenas que mais saíram nos 10 últimos sorteios;
2º – Anote as 5 dezenas que não saíram no último sorteio;
3º – Anote as 11 dezenas que faltam para completar os 25 números da Lotofácil;
4º – Faça agora os desdobramentos, coloque as 9 mas sorteadas e as 5 não sorteadas na mesma linha, e repita desta forma, 11 vezes;
5º – Para completar as 15 dezenas em cada cartela, coloque as 11 dezenas no final de cada linha.
Vejamos um exemplo fictício:
EXEMPLO:
09 Dezenas mais sorteadas nos 10 últimos sorteios: 1-12-25-23-8-15-22-24-2005 Dezenas não sorteadas no último sorteio: 2-5-6-18-1911 Dezenas que faltam para completar os 25 números: 3-4-7-9-10-11-13-14-16-17-21
VEJA COMO FICARIA CADA CARTELA:
01º 1 2 5 6 8 12 15 18 19 20 22 23 24 25 3
02º 1 2 5 6 8 12 15 18 19 20 22 23 24 25 4
03º 1 2 5 6 8 12 15 18 19 20 22 23 24 25 7
04º 1 2 5 6 8 12 15 18 19 20 22 23 24 25 9
05º 1 2 5 6 8 12 15 18 19 20 22 23 24 25 10
06º 1 2 5 6 8 12 15 18 19 20 22 23 24 25 11
07º 1 2 5 6 8 12 15 18 19 20 22 23 24 25 13
08º 1 2 5 6 8 12 15 18 19 20 22 23 24 25 14
09º 1 2 5 6 8 12 15 18 19 20 22 23 24 25 16
10º 1 2 5 6 8 12 15 18 19 20 22 23 24 25 17
11º 1 2 5 6 8 12 15 18 19 20 22 23 24 25 21
Lembrando que isso é só um exemplo, e nada impede que ao invés de anotar os 9 números que saíram mais nos 10 últimos concursos, anote os 9 números que saíram por exemplo desde a inauguração do jogo, ou se preferir utilizar das duas formas, então ao invés de jogar 11 carteiras, pode-se jogar 22 cartelas, fica a seu critério.
Lembre-se, se você ganhar, não esqueça de avisar, e se quiser me dar uma gratificação eu ficaria muito feliz.

O desespero de Requião

Bateu o pavor

da coluna et cetera do paraná-online
Dias atrás, este espaço usou de todas as letras para escrever em português claro que Roberto Requião (PMDB) é um político ficha suja. A notícia baseava-se na condenação sofrida pelo ex-governador proveniente de decisão colegiada do Tribunal Regional Federal (TRF) da 4.ª Região, com sede em Porto Alegre, por conta do uso irregular e ilegal das emissoras da Rádio e Televisão Educativa do Paraná. A imprensa - e esta coluna - entendiam que seria questão de tempo para que houvesse um pedido formal de impugnação da diplomação do senador eleito devido à violação da lei do ficha limpa. Não demorou nada. O advogado José Domingos Scarpelini, ex-candidato a deputado federal pelo PSB, foi quem protocolou a representação no Ministério Público Federal. Agora, a tendência é que o processo vá adiante e Requião, useiro e vezeiro em atacar a honra dos adversários, estará na berlinda, sujeito a um vexatório julgamento perante as cortes superiores. Os ministros irão analisar a prática de crime de improbidade administrativa, caracterizado pelo abuso de poder e utilização de um bem público em proveito pessoal e de sua família. É o mandato do senador, a passos largos, indo para o tacho. Exatamente como se previa.

Na parede

Importante ressaltar que a condenação junto ao TRF foi confirmada no dia 28 do mês passado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília. Em tempo: é neste mesmo processo que estão as famosas multas aplicadas a Requião por descumprimento da ordem judicial e cujo valor atualizado está próximo da cifra de R$ 1 milhão.

Ademais...
Não custa repetir que os problemas para o ex-inquilino do Canguiri não se resumem às condenações pretéritas. Muito ao contrário. Tão logo assuma o novo governo, deve ocorrer uma enxurrada de averiguações na administração requianista. Aguarda-se uma investigação profunda, entre outros órgãos, no Porto de Paranaguá, na ParanaPrevidência, na Sanepar, na Secretaria da Educação, na Ceasa e na Secretaria da Segurança.

O carimbo


Se condenado pelo Judiciário a perder o mandato, são dois os problemas principais a serem enfrentados pelo Roberto. O primeiro é de ordem política: definitivamente, ele estará no mesmo patamar do Jader Barbalho e Joaquim Roriz, figuras atingidas pela ficha limpa. O outro - e ainda mais importante - é a ausência do foro por prerrogativa de função. Se perder a cadeira de senador, ele terá que responder ao enorme número de processos na justiça comum como qualquer mortal.

Última


Não há prazo para um pronunciamento formal do Ministério Público Federal sobre esse caso, mas a procuradoria costuma ser ágil, até porque são fartas as provas dos ilícitos cometidos e das condenações. Haja tranquilizante para a alma e para o coração do Roberto. A hora é de pavor e pânico.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O salário do presidente

O salário do presidente

da coluna et cetera do parana-online
Virou notícia ontem a declaração do presidente Lula de que é necessário aumentar o salário a ser pago a Dilma Rousseff. Ele esclareceu que, em 2002, os senadores e deputados aumentaram os próprios vencimentos e esqueceram de elevar o valor recebido pelo chefe do Executivo. Hoje, o presidente ganha R$ 11.420,21 brutos - o líquido fica em torno de R$ 8 mil. É o menor salário entre os chefes dos três poderes. O Congresso paga R$ 16.512 mil aos parlamentares - são 15 salários por ano -, e os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) ganham R$ 26.723. Você acha pouco o que o Luiz Inácio ganha? Pois não é. Lula não paga aluguel, alimentação, transporte, vestuário, viagens a passeio, nem as cigarrilhas que fuma, tampouco as cervejinhas que toma. Em síntese: o presidente da República não mexe em dinheiro. O seu salário vai direto para a poupança. Em um cálculo primário, sem acrescentar os juros e a correção monetária, ele teria hoje mais de R$ 800 mil reais na conta bancária. Esse assunto, portanto, não passa de mais uma das brincadeiras do espírito lulista de ser.

Vai subir


Assim que virar ex-presidente, Lula passará a receber um salário igual ao que aufere um ministro da Suprema Corte. Basta requerer. Além disso, Lula terá à sua disposição seguranças e motoristas pagos pelo governo federal e dois carros de luxo. Não é tanto quanto tinha, mas é um bom prêmio consolação.

Reforma

A primeira-dama Marisa Letícia está comandando uma reforma na cobertura do casal, em São Bernardo, que será a residência de Lula tão logo deixe o Planalto. Além de pintar o imóvel, ela foi às compras na semana passada. Escolheu azulejos e um piso novo para o terraço. O apartamento é mais aconchegante do que o imenso Alvorada, palácio que mais se assemelha a um convento. O seu salão principal é tão vasto que faz até eco.

Mesmo assim...

Deixar o “bem bom” do tratamento presidencial não é nada agradável. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sempre se queixa de sentir saudades da piscina palaciana.

Aliás...

Já que estamos falando em residência do comandante do País, as notícias que chegam informam que a presidente eleita Dilma Rousseff vai ocupar provisoriamente, até o início do mandato, a Granja do Torto, famosa recentemente pelas peladas, churrascadas e festas juninas de dona Marisa. No passado, porém, o lugar ficou conhecido graças às cocheiras de João Figueiredo, onde habitavam o maior e o menor cavalos do mundo, segundo ele próprio. O militar adorava tanto os equinos que mantinha o seu dormitório dentro das baias. Pouca gente sabe disso.

Frase


Entrou para a história a fala de Figueiredo: “Gosto mais do cheiro dos cavalos do que cheiro de gente”.

Última

Brincadeiras à parte, é justo o pleito do atual presidente. Que se aumente o salário da Dilma!

Estudante morre prensada pelo elevador

Estudante morre prensada por elevador de escola

Marcelo Vellinho do parana-online
Aliocha Maurício
Perito constatou falta de segurança no equipamento.
Uma fatalidade tirou a vida de Gisele Stresser Machado, 10 anos, no colégio onde ela estudava, em Campo Largo. A menina teve a cabeça prensada por uma viga quando acompanhava uma colega cadeirante no elevador destinado às crianças com necessidades especiais.
O acidente aconteceu pouco antes das 15h, na Escola Municipal Mauro Portugal, na Rua Alcebíades Affonso Guimarães, Águas Claras. Pelo que foi apurado pela perícia, o elevador não oferecia condições de segurança.

De acordo com a polícia, Gisele e a amiga, que está com a perna quebrada, entraram no elevador, no piso térreo, e subiriam um andar. Porém, durante o deslocamento, Gisele teria se debruçado sobre uma das paredes do aparelho, que ficam a meia altura.
A cabeça da garota bateu em uma viga, entre os dois pavimentos, e foi prensada. As manchas de sangue na parede dão mostras da violência do choque. Alguns fios de cabelo ficaram presos à viga. Quando os socorristas do Siate chegaram, a menina já estava morta.

Inseguro

O perito Roman Abril, do Instituto de Criminalística, afirmou que o elevador, mantido pela prefeitura de Campo Largo, não oferece condições de segurança. Ainda assim, o aparelho era operado livremente pelas crianças, sem auxílio ou supervisão de adultos.
O secretário de Segurança do município, Benedito Faccini, disse que todo prédio público deve ter um elevador para portadores de necessidades especiais e que o aparelho podia ser usado por qualquer criança.
“Não há condições de controlar o acesso dos alunos ao elevador. Lamentamos profundamente o que aconteceu e vamos apurar as responsabilidades. Sei que tudo que a prefeitura puder fazer não será suficiente para anestesiar a dor que a família está passando”, declarou Faccini.

O caso abalou funcionários da escola, estudantes e familiares dos alunos. Cerca de 1,5 mil crianças estudam no local, onde além da escola municipal, funciona um Centro de Atendimento Integral à Criança e ao Adolescente (Caic).
Alguns parentes comentaram que não sabiam da existência do elevador na escola, muito menos que era operado pelas próprias crianças. Gisele cursava a terceira série do ensino fundamental e completou 10 anos exatamente um mês antes de morrer (no dia 10/10/10). Em função da tragédia, as aulas foram suspensas e retornarão na terça-feira.

“Apenas o sorriso na janela”


Aliocha Maurício
Pai estava desconsolado.
Bastante abatido com a perda da filha, o eletricista Antônio Carlos Machado cobrou agilidade nas investigações. “Não quero que outro pai passe pelo que estou passando. Não estou aqui para culpar ninguém, mas temos que saber o que aconteceu, se houve falha mecânica, falta de manutenção ou outro problema”, declarou.

Além de Gisele, Antônio tem outros dois filhos, e um deles também estuda na escola. O eletricista é divorciado, mas vê as crianças semanalmente. “Não sei o que fazer, perdi o chão, ela era meu tesouro. Vi minha filha pela última vez na segunda-feira, quando passei pela casa e ela estava na janela. Não consegui dar um abraço de despedida, ficou apenas o sorriso na janela”.

Inquérito

A delegacia de Campo Largo instaurou inquérito policial para apurar as circunstâncias do acidente, com base nos laudos do Instituto de Criminalística. As investigações deverão apontar se a manutenção do elevador era realizada nos prazos regulares e em que condições o aparelho funcionava.

O advogado-geral do município, Adolfo Vaz da Silva, afirmou que também “será instaurado procedimento administrativo interno para investigar o acidente”. O elevador foi lacrado e não há informações se voltará a ser utilizado.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Mec consegue desmoralizar o ENEM

É sucesso tática do MEC para desmoralizar Enem


Do Josias de Souza
É de impressionar o zelo e o custo com que o Ministério da Educação exerce a incompetência ao gerir o Enem.
Convocada, a rapaziada compareceu a mais uma rodada do exame. Uma parte saiu da prova com uma questão irresolvida.
Coisa de múltipla escolha:
Letra A: O MEC faz muito mal todo o bem que faz aos estudantes.
Letra B: O MEC faz muito bem todo o mal que faz aos estudantes.
Letra C: Todas as alternativas alteriores.
A encrenca concentrou-se no sábado (6). A prova trazia questões repetidas. Faltavam-lhe outras questões.
Na folha de teste, a sequência de perguntas era uma. No cartão de respostas, outra. Um espanto!
A encrenca ganhou a web. Tornou-se assunto instantâneo das redes sociais. O MEC foi ao incêndio munido de gasolina.
A equipe do ministro Fernando Haddad (Educação) pendurou no twitter da pasta uma nota ameaçadora e deseducada:
“Alunos que já ‘dançaram’ no Enem tentam tumultuar com msgs nas redes sociais. Estão sendo monitorados e acompanhados. Inep pode processá-los”.
A fogueira subiu. E o time do Inep desceu ao twitter. Dessa vez, munido de uma seringa de água:

A ineficiência do poder público

O poder público ineficiente

                         

da coluna et cetera do parana-onine
A linha de estatização pregada pela base partidária que sustenta o governo federal comprovadamente não é a mais indicada, tampouco a mais correta. A nova demonstração da veracidade dessa sentença foi a aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem. Os erros foram primários, a começar pelas falhas de revisão dos cadernos de questões. O Ministério da Educação (MEC), orgão responsável pela prova, permitiu, desatentamente, que as impressões saíssem invertidas. Também houve o registro de entrega de cadernos com questões repetidas ou ausentes. Em Curitiba, por exemplo, três alunos informaram que receberam o material com folhas das provas amarela e branca misturadas - e por duas vezes. A aluna Veridiana Ferteski, de 18 anos, declarou que havia problemas em pelo menos 14 questões. Além disso, houve casos em que candidatos usaram o celular e, em Recife, um jornalista conseguiu entrar no colégio e vazou o tema da redação. O governo, se por um lado classifica o evento como um “sucesso”, por outro admite que pode aplicar um novo exame para aqueles que se sentiram prejudicados. O custo da operação é elevadíssimo. Se esses fatos ocorressem no domínio da iniciativa privada, os valores estariam muito aquém do realizado e as possibilidades de falhas seriam muito menores. O Estado é incompetente e ineficiente.

Vai cair


A permanência do ministro da Educação Fernando Haddad no governo Dilma era dada com certa. Agora, não mais. O Enem cortou-lhe a cabeça. O PT já articula a ocupação da cadeira por um de seus filiados. O nome do momento é o da senadora Marta Suplicy. Em tempo: se isso acontecer, será a troca do seis pelo meia dúzia. O Ministério merece um especialista de porte.

Privatizações

Há uma espécie de senso comum junto à opinião pública de que o governo não deve alienar a Petrobras, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal. Mas essa premissa não atinge outros órgãos que não dão resultados e prestam péssimos serviços à sociedade. O caso dos Correios e Telégrafos, por exemplo, deve ser reestudado. A estatal, além de não atender plenamente a população, hoje virou sinônimo de corrupção. Vale lembrar que o mensalão iniciou lá, bem como, agora, os escândalos envolvendo a Casa Civil e os parentes da ex-ministra Erenice Guerra.

Afinal...

Onde o Brasil não falha? Principalmente na cobrança de impostos. Com uma carga tributária altíssima, o Estado busca com rigor os recursos dos contribuintes. Se agisse com o mesmo empenho na aplicação do dinheiro, a saúde, a educação e a segurança pública estariam em outro patamar.

Última
Quem torce o nariz para as privatizações deve lembrar do sucesso das telecomunicações no Brasil. O telefone fixo virou um inútil e sobram linhas de celulares. A impressão de que desestatizar configura-se a “venda de bens do povo” é um equívoco, pois a empresa continua sob o controle das chamadas agências reguladoras e o Estado permanece parceiro, arrecadando tributos.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

As palavras mais perigosas da internet para buscas no Brasil


Segundo o site da Mcafee estas são as palavras mais perigosas para buscas na internet em português 
Termos de busca mais perigosos - Brasil

Compra carro para roubar

Compra carro zero km para assaltar casa

Marcelo Vellinho do parana-online
Aliocha Maurício
William foi o único detido e não deu nome dos comparsas.
A ideia de furtar uma residência usando o Gol recém-comprado, zero quilômetro e sem placas, não foi das mais inteligentes para William de Castro Souza, 22 anos. Além de ser preso em flagrante, ele bateu o carro na fuga e teve o veículo apreendido pela polícia. Dois comparsas tiveram mais sorte e conseguiram fugir, porém todos os produtos levados da casa foram recuperados.

O furto aconteceu por volta das 12h30. Os três indivíduos arrombaram uma residência no Boa Vista e carregaram o Gol com duas televisões, um home theater e um notebook. Para azar do trio, uma pessoa percebeu o crime e avisou a polícia, que encontrou o veículo logo depois, na Rua Lodovico Geronazzo, e iniciou perseguição.

Acidente

Os suspeitos entraram na Rua Canadá, sentido Colombo, e se assustaram quando viram que eram seguidos pela viatura do 20.º Batalhão da Polícia Militar. Na esquina com a Rua Arary Souto, já no Tingüi, os ladrões colidiram na traseira de uma motocicleta Yamaha, pilotada por uma jovem.

Os policiais aproveitaram para abordar o trio, mas um dos marginais estava armado e atirou na direção da viatura. Na confusão, William foi detido e os outros bandidos fugiram. A motociclista se feriu na queda e teve que ser atendida na Unidade de Saúde 24h do Boa Vista.

William foi autuado em flagrante no 4.º Distrito Policial (Boa Vista) e os objetos furtados, encontrados no Gol, foram apreendidos. A polícia apurou que o carro usado no furto tinha acabado de ser comprado por William. O suspeito disse que mora na Vila Zumbi dos Palmares, em Colombo, e se negou a dar os nomes dos comparsas.

O último debate

Debate fatal

da coluna et cetera do parana-online
Hoje é o último dia de campanha presidencial. Restam dois programas no rádio e na televisão e, sobretudo, o debate promovido pela Rede Globo. O encontro entre Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) é decisivo para esclarecer os dúbios e convencer os indecisos. A emissora mudou as regras tradicionais completamente e não haverá perguntas entre os candidatos, tampouco participação de jornalistas. A pedido da Globo, o Ibope selecionou cerca de 80 eleitores que ainda não sabem em quem votar. Ontem, cada um deles enviou aos organizadores cinco perguntas sobre temas como saúde, educação, meio ambiente, políticas sociais, previdência, investimento em infraestrutura, entre outros. A direção do programa vai escolher os 12 questionamentos mais relevantes sobre cada assunto. Para o momento do encontro, os eleitores, que estarão em uma arquibancada no estúdio, serão sorteados pelos candidatos. A petista e o tucano vão responder ao mesmo número de questões ao longo de três blocos. As perguntas serão lidas em 30 segundos e os presidenciáveis terão dois minutos para respondê-las, mesmo tempo destinado a réplicas e tréplicas. No último bloco, ambos terão mais dois minutos para as considerações finais. Outro detalhe é que os dois ficarão livres para caminhar pela arena montada para o debate, o que presume-se dará mais dinamismo ao evento. Os petistas chegaram a resistir à ideia, alegando que a candidata ainda se recupera da torção sofrida no pé direito e poderia ter dificuldades para caminhar, mas acabaram cedendo. Ao que tudo indica, o novo estilo manterá a audiência inicial e não cansará o telespectador. Para os dois postulantes ao Planalto, é o tudo ou nada.

Considerações

Apesar de as pesquisas mostrarem uma vantagem expressiva de Dilma, a opinião pública generalizada é de que há um empate, pois os institutos fizeram a mesma apreciação no primeiro turno, de que a governista venceria a parada sem maiores contratempos. A Globo cobre o país inteiro, sua audiência é elevada, ainda mais porque o debate começa logo após a novela Passione. Qualquer derrapagem pode ser fatal. Os candidatos terão que caprichar, sob pena de perderem eleitores já conquistados.

Dia de treinamento

Esta sexta-feira será marcada por ensaios com os marqueteiros, simulando as possíveis perguntas que virão. Tudo será treinado, desde o conteúdo das respostas, passando pelo gestual, fisionomia, entonação da voz e tempo de exposição, até o vaivém permitido nas caminhadas pelo cenário.

Projeção
Serra e Dilma já são veteranos e não podem ser traídos pela emoção. Aquele que se irritar, perder a esportiva ou gaguejar muito e não conseguir completar raciocínios, tende ao fracasso.

Apoteose

As considerações finais, em dois minutos, têm que ser cuidadosamente esmerilhadas no treinamento. É aí que os pensamentos serão fechados. Um simples deslize pode comprometer toda a campanha. Trata-se de uma batalha onde o erro é fatal.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Tiririca admite que recebeu ajuda ao escrever


Tiririca admite que teve ajuda para escrever declaração em que declara ser alfabetizado

de veja.com
Tiririca em campanha pela zona sul de São Paulo – 23/09/2010
Tiririca em campanha pela zona sul de São Paulo – 23/09/2010 (Sebastião Moreira/EFE)
Eleito deputado federal pelo PR com 1,3 milhão de votos, Francisco Everardo Oliveira Silva, o palhaço Tiririca, admitiu à Justiça que teve ajuda para redigir o documento em que afirma ser alfabetizado. De acordo com a edição desta quinta-feira do jornal O Estado de S. Paulo, Tiririca informou que foi sua mulher quem o ajudou a escrever a declaração.

Isso porque, segundo a defesa do deputado eleito, os anos de trabalho no circo provocaram em Tiririca uma lesão que dificulta a aproximação do dedo polegar do indicador. A defesa foi entregue na segunda-feira ao juiz Aloísio Sérgio Rezende Silveira, da 1.ª Zona Eleitoral de São Paulo.

Tiririca é acusado de falsificar o documento em que tentava provar saber ler e escrever, requisito obrigatório para ser candidato a cargo público. Um laudo elaborado pelo Instituto de Criminalística a pedido do promotor eleitoral Maurício Antonio Ribeiro Lopes detectou que "o autor dos manuscritos examinados possui uma habilidade gráfica maior do que aquela que ele objetivou registrar ao longo do texto da declaração".

A defesa do deputado eleito também se baseia em laudos e pareceres de fonoaudiólogos e psicólogos. Os especialistas analisaram o que os advogados de Tiririca classificam como uma dificuldade de dicção dele – e seus reflexos. Os profissionais ainda explicaram as consequências que a origem familiar humilde teve na formação educacional do palhaço. 

Caso se comprove que Tiririca não sabe ler nem escrever, o deputado poderá ser condenado a cinco anos de reclusão e pagamento de multa por “omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, para fins eleitorais”. No dia 3 de outubro, ele foi eleito com a maior votação do país.

Para o promotor Maurício Ribeiro Lopes, não restam dúvidas de que o palhaço é analfabeto e fraudou não só o documento entregue à Justiça como também a carteira de habilitação que tirou em 1996, na mesma semana em que sua mãe, Maria Alice Oliveira Silva, declarou a VEJA que o filho sabia apenas “desenhar o nome”. Assim como para ser candidato a deputado, saber ler e escrever é critério para dirigir no território nacional.

Lua quer urgência na lei de imprensa


Lula corre para finalizar marco de regulação dos meios eletrônicos

Presidente quer entregar o texto a seu sucesso - e não enviá-lo ao Congresso

Antes de passar a faixa presidencial a seu sucessor, em 1º de janeiro do ano que vem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende finalizar o projeto que cria o marco regulatório da comunicação eletrônica no país. Mas Lula não vai enviar o texto ao Congresso. O presidente deixará o documento nas mãos do próximo presidente, que decidirá o que fazer.

O assunto tem ocupado boa parte da agenda do ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Franklin Martins, que viajou à Europa no início deste mês para conhecer os modelos de regulação da imprensa em Londres e Bruxelas. Durante a viagem, Franklin buscou subsídios para as propostas que serão apresentadas no Marco Regulatório da Radiodifusão, Comunicação Social e Telecomunicação, que ocorre entre 9 e 10 de novembro.

De acordo com a edição desta quinta-feira do jornal O Estado de S. Paulo, o ministro afirma que esse marco regulatório, quando criado, "vai garantir a concorrência, a competição, a inovação tecnológica, o atendimento aos direitos da sociedade à informação". O discurso, porém, não convence. Os oito anos do governo Lula foram alarmantes para a imprensa livre. O presidente em pessoa protagonizou tentativas de cerceamento da liberdade de opinião em seus dois mandato.

Governo, PT e sindicatos se revezaram na tarefa de emplacar alguma espécie de "controle social da mídia" – fórmula que, no fundo, expressa o desejo de relativizar ou simplesmente restringir a liberdade de imprensa, um dos pilares das sociedades democráticas.

O diretor-geral da Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abert), Luiz Roberto Antonik, afirmou ao jornal que o marco regulatório do Brasil, que é de 1962, precisa de ajustes, em função do surgimento de novas mídias digitais. É preciso, porém, ficar atento a propostas que visem alterar ou influir no conteúdo jornalístico. "A Abert defende com muita veemência a liberdade de expressão, mas reconhece que ajustes precisam vir", concluiu.

Projeto – As propostas que serão debatidas no seminário foram retiradas da Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), que terminou em dezembro de 2009. Formada por representantes do governo, sindicalistas e ONGs ligadas ao PT, PSOL e PCdoB, a Confecom nasceu em torno da salutar ideia de discutir propostas para revitalizar leis do setor que há muito caducaram.

Mas, no fim de quatro dias de discussões (que incluíram até uma proposta de "diminuir a interferência da mídia no extermínio da diversidade da fala nacional"), o que resultou do encontro foi um funesto documento que revela quão vigorosamente os impulsos totalitários correm na veia da maioria de seus signatários. Entre as mais soviéticas propostas aprovadas pela Confecom está a criação de um observatório de "conteúdos midiáticos", reencarnação do já rechaçado Conselho Federal de Jornalismo que o governo tentou impor há alguns anos a pretexto de coibir erros da imprensa, mas com o mal disfarçado propósito de submetê-la a censura prévia. 

STF valida ficha limpa


STF decide que Ficha Limpa vale nestas eleições

Corte analisou recurso de Jader Barbalho, barrado no Senado após renúncia para escapar de punição

Mirella D'Elia e Gabriel Castro de veja.com
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, nesta quarta-feira, que a Lei da Ficha Limpa é válida e deve ser aplicada nas eleições deste ano. Depois do desgaste público de sua imagem no caso Roriz, quando não conseguiu pôr fim a um inédito impasse sobre a validade da norma, a Suprema Corte cumpriu seu papel. Após mais de seis horas de intenso debate - e novo empate -, chegou finalmente a uma conclusão.
Para sair do impasse, a maioria dos ministros decidiu seguir a sugestão do decano Celso de Mello e recorrer ao regimento interno da corte ao analisar recurso do deputado federal Jader Barbalho (PMDB-PA). Diz o artigo 205 do regimento que, em caso de empate, "havendo votado todos os ministros, salvo os impedidos ou licenciados por período remanescente superior a três meses, prevalecerá o ato impugnado". Traduzindo: como a composição do tribunal está incompleta desde a aposentadoria de Eros Grau, prevalece a medida questionada - a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que barrou Jader com base no crivo da nova lei.
Na prática, a Ficha Limpa permanece em vigor. Como consequência, Jader Barbalho (PMDB) tem o registro indeferido e não poderá assumir o cargo de senador, para o qual teve votos suficientes no estado do Pará. Em 2001, ele renunciou ao mandato no Senado para escapar de um processo de cassação por suspeita de desvio de recursos do Banpará e da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). A Lei da Ficha Limpa, sancionada em junho deste ano, torna inelegíveis os políticos que renunciarem para escapar de punição.
Segundo a assessoria do Supremo, a decisão desta quarta-feira será aplicada a outros casos em que políticos renunciaram para escapar de punição. As demais hipóteses previstas pela Ficha Limpa poderão ser analisadas em julgamentos futuros. 
Caso Roriz – Em setembro, a Lei da Ficha Limpa chegou pela primeira vez ao plenário da Suprema Corte por causa de um recurso do então candidato ao governo do Distrito Federal Joaquim Roriz (PSC-DF). A polêmica rachou o tribunal. Na ocasião, o julgamento - que chegou à madrugada - terminou em um inusitado empate de 5 a 5. A discussão foi interrompida sem decisão alguma. Em seguida, Roriz renunciou à disputa pelo governo do DF e a coligação indicou sua mulher, Weslian Roriz, para concorrer ao cargo.

O impasse aconteceu porque não houve o voto do 11º ministro. A cadeira de Eros Grau, que se aposentou, está vazia à espera de novo ocupante. A indicação deveria ter sido feita pelo presidente Lula, mas, ao que tudo indica, ele vai deixar a decisão para o próximo presidente da República eleito. Os ministros chegaram a discutir os possíveis desfechos para o impasse e cogitaram esperar a nomeação do novo ministro. Depois de adiar a proclamação do resultado, foram surpreendidos pela renúncia de Roriz.

Votos - Quando a Ficha Limpa voltou a ser discutida, nesta quarta, o posicionamento dos magistrados já era publicamente conhecido. Primeiro a votar, o relator, Joaquim Barbosa, sustentou que a lei é válida e deve ser aplicada neste caso: “Há de se prevalecer a ótica interpretativa de interesses maiores de toda a comunidade, que coíbam abuso no exercício de funções públicas. A lei Complementar 135 (Lei da Ficha Limpa) se aplica de modo uniforme a todos os participantes da disputa, sem violar o principio da isonomia, e não gerou desequilíbrio entre as forças eleitorais em disputa". 

Os ministros Carlos Ayres Britto, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski e Ellen Gracie acompanharam Barbosa e defenderam a inelegibilidade de Barbalho. Marco Aurélio Mello, José Antonio Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Celso de Mello e o presidente, Cezar Peluso, votaram de forma contrária. "Essa é uma lei personalizada, que atinge pessoas determinadas e conhecidas", disse Peluso. 
Com o voto do presidente, o tribunal voltou ao impasse de 5 a 5 e precisou chegar a uma conclusão. Depois de acalorado debate, o julgamento foi concluído.
Salão de horrores - Coube ao ex-presidente do Supremo, Gilmar Mendes, esquentar a discussão e expor um ponto de vista distinto dos outros integrantes da corte. Contrário ao formato da Ficha Limpa, ficou exaltado em vários momentos, usou expressões fortes e elevou o tom da voz para ressaltar sua posição. Chegou a tachar a medida de "hedionda", "casuística" e disse que ela permite um “quadro horrendo de barbáries” e é um "convite para um salão de horrores". Em um dos momentos de maior irritação, disse: "Não podemos, em nome do moralismo, chancelar normas que podem flertar com o nazi-fascismo".
O ex-presidente levantou dúvidas sobre os interesses para a aprovação da lei. E citou um dos coordenadores da campanha da candidata à Presidência Dilma Rousseff (PT). "Nesse caso específico a lei tinha endereço certo, era para resolver a eleição no Distrito Federal. Tanto que a emenda é de Cardozo [o deputado federal José Eduardo Cardozo (PT-SP)], hoje coordenador da campanha de Dilma Rousseff. É considerada reprovável, reprovada e hedionda", afirmou.
Mendes criticou duramente a possibilidade de barrar a candidatura de Barbalho nove anos depois de ele ter renunciado. "Estamos realmente vivendo dias singulares, heterodoxos em termos de direito. Sem dúvida nenhuma, chancelar a aplicação da lei nesse caso, nove anos decorridos, é - com as vênias de estilo - a barbárie da barbárie".

Na avaliação do ministro, a nova lei abre uma brecha para abusos do Congresso – que poderia, por exemplo, alterar os critérios de inelegibilidade para atuar em interesse próprio. “Mais grave do que a lei é o convite que se faz para a irresponsabilidade do legislador. Para a manipulação, inclusive, das eleições”, afirmou.

Na parte inicial da sessão, Mendes chegou a discutir com os colegas Ricardo Lewandowski e Cármen Lúcia em plenário. Criticou a atuação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), presidido por Lewandowski.